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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amar ou depender?





Olá, queridos leitores, hoje eu gostaria de lhes falar sobre um dos livros que eu li e que transformou o meu ser... e não é exagero, não! Depois da Bíblia, eu li três livros que mudaram minha forma de ver Deus, o mundo ao meu redor e minhas relações. Hoje gostaria de falar deste livrinho que você está vendo acima. Seu título é "Amar ou depender?: Como superar a dependência afetiva e fazer do amor uma experiência plena e saudável", do autor Walter Riso, Psicólogo, especialista em psicologia cognitiva e terapia.

Enfim, do que se trata esse livro, com um título tão sugestivo? Bom, ele fala exatamente de quando o amor se torna algo pesado, quando ao invés de gerar alegria e prazer, gera sofrimento e dano à autoestima... e isso é quando você se torna um dependente afetivo, e é preciso saber o limite entre o amor e a dependência, o que, muitas vezes, é imperceptível. Sabe aquelas doenças silenciosas, que quando você vai descobrir você já está nas últimas? Assim é a dependência afetiva! O livro nos ensina, de uma clara e direta, os primeiros passos em direção a uma vida amorosa saudável, plena e feliz.

Eu sei que parece ser papo de livro de auto-ajuda (que, aliás, eu detesto! Ninguém me dê livro de auto-ajuda, que eu não leio!), esse livro foi escrito por um profissional, um psicólogo experiente, que já tratou vários casos de dependência afetiva, ele é um pesquisador, um estudioso desses assuntos, então foi um livro que eu julguei digno de ser lido e hoje eu posso chegar aqui para vocês e dizer: "eu indico esse livro para você ler, porque ele é muito bom, e toda pessoa no mundo que se relaciona afetivamente deveria ler esse livro, até para aprender a lidar consigo mesmo".


O livro é dividido em três partes, deixe-me mostrar a vocês...



  • PARTE I - Entendendo a Dependência Afetiva

       - Sobre alguns inconvenientes da dependência afetiva: esclarecimentos e mal entendidos
       - A imaturidade emocional: o esquema central de toda dependência afetiva
       - De que coisas na relação criamos dependência? O menu personalizado da vida a dois

  • PARTE II - Prevenindo a Dependência Afetiva
       - O princípio da exploração e o risco responsável
       - O princípio da autonomia ou tomar conta de si mesmo
       - O princípio do sentido da vida
  •  PARTE III - Vencendo a Dependência Afetiva
       - O princípio do realismo afetivo
       - O princípio do auto respeito e da dignidade pessoal
       - O princípio do autocontrole consistente   


Gostaria de transcrever uma estorinha que ele conta nesse livro, que eu achei fantástica, está no tópico "Quem fere você não o merece", p. 146-148.

"Contam que uma bela princesa estava procurando 
um marido. Aristocratas e endinheirados senhores tinham 
chegado de todos os lugares para oferecer maravilhosos 
presentes. Jóias, terras, exércitos e tronos
estavam entre os agrados para conquistar uma criatura 
tão especial. Entre os candidatos, encontrava-se um jovem 
plebeu que não tinha mais riquezas
do que amor e perseverança. Quando chegou o 
momento de falar, ele disse:
'Princesa, eu a amei toda a vida. Como sou 
um homem pobre e não tenho  tesouros para 
lhe dar, ofereço meu sacrifício como prova 
de amor. Ficarei cem dias sentado 
sob sua janela, sem mais alimento da que a água da chuva e 
sem  mais roupas do que visto agora.
Esse é meu dote'. A princesa, comovida por tal gesto de amor, 
decidiu aceitar: 'Você terá a oportunidade; se 
passar na prova me desposará'. Assim passaram-se 
as horas e os dias. O pretendente ficou sentado,
suportando o vento, a neve e as noites geladas. 
Sem pestanejar, com os olhos fixos
no balcão da amada, o valente vassalo seguiu 
firme em seu intento, sem desanimar por nenhum momento. 
De vez em quando, a cortina da janela
real deixava transparecer a esbelta figura da princesa, 
que, com um gesto nobre  e um sorriso, aprovava a empreitada. 
Tudo ia às mil maravilhas, inclusive alguns otimistas haviam 
começado a planejar os festejos. Quando chegou o 99º dia, 
os camponeses da redondeza haviam saído para incentivar o 
próximo monarca. Tudo era alegria e folguedo até que,
de repente, quando faltava uma hora para o prazo terminar, 
frente ao olhar atônito do público e à perplexidade da infanta, 
o jovem se levantou e, sem dar explicação alguma,
afastou-se lentamente do lugar. Algumas semanas depois, 
enquanto perambulava por uma estrada isolada, um garoto do 
povoado o alcançou e perguntou à
queima-roupa: 'O que aconteceu? Você estava a um passo 
de vencer o desafio, por que perdeu essa oportunidade, 
por que se retirou?' Muito consternado e com
algumas lágrima mal disfarçadas, respondeu em voz baixa:
'Ela não me poupou de nem um dia de sofrimento, sequer 
de uma hora... Não merecia o meu amor'".

Assim que eu li essa estorinha eu entendi tantas coisas sobre auto valorização e respeito. Ao final do tópico ele encerra dizendo assim:

 "Em qualquer relação a dois que você mantiver, quem não o ama
não o merece, e muito menos quem o machuca. Se alguém o fere
reiteradamente 'sem intenção', pode ser que mereça você, mas não
lhe convém".

Aprendi muito lendo esse livro, espero sempre aplicar esses ensinamentos em meus futuros relacionamentos (espero que isso não aconteça... esse plural aí, espero ter apenas mais um relacionamento para casar). Mas espero poder amar sem os apegos irracionais, sem medos irracionais. Espero saber ter uma atitude realista frente ao amor, assegurar o autorrespeito e fortalecer o autocontrole... afinal, como ele fala, "amar sem dependência não implica deixar o amor insensível. A paixão, a força e o impacto emocional da paixão nunca minguam. A independência afetiva não amortece o sentimento, ao contrário, o deixa solto, o amplia e o deixa fluir sem restrições".


RISO, Walter. Amar ou depender?: como superar a dependência afetiva e fazer do amor uma experiência plena e saudável. Tradução de Marlova Aseff. Porto Alegre, RS. L&PM, 2010. 176p. (Coleção L&PM POCKET, v. 824).

"'E morro porque não morro...' Eterno
prazer amargo esse do amor! Desejo
perpétuo de possuir tua alma e perpétua
distância de tua alma! Sempre seremos tu
e eu; sempre, apesar de meus olhos fitarem
os teus de muito perto, haverá um espaço
em cada um onde se forma uma imagem
mentirosa do outro... Como é possível
entender o que sentes ao ouvir aquela
música, se minha alma é diferente da tua?
Egoísmo amargo este do amante: querer
ser um onde há dois; querer lutar com o
espaço, com o tempo, com o limite!"

Fernando González

E amar é muito bommmmmmmmmmmmmmm, nunca desitam do amor, ele existe... o príncipe pode não vir sobre um cavalo branco e a princesa pode não ter os cachos dourados ao sol, ou seja, os mitos de perfeição não existem, são apenas mitos, contos de fadas... a vida não é uma panacéia o tempo todo, mas não tem que ser um eterno sofrimento!!!


Um comentário:

  1. Gostei...

    Outro livro que recomendo é "Relacionamentos Saudáveis"dos autores John Townsend& Henry Cloud.Eles aplicam para namoro,amizades,familiares e profissional tb.Como lidar com todos.

    Eu sempre fui fã do ditado que "na vida, a gente leva aquilo que a gente tolera"...Já tolerei muita coisa que não era pra eu ter tolerado, mas aprendi a me impor, e se a pessoa tem problema com isso, bom, o problema é dela e não meu...Quando aprendemos a nos impor, aprendemos a deixar as pessoas a par do que não queremos e o que não aceitaremos!

    Bjos :)! estou gostando muito dos seus posts :)

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