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quinta-feira, 7 de abril de 2011

E o absurdo só aumenta: Barebacking Party - A Festa da Morte

por Professor Dr. Haroldo Nobre Lemos

Um amigo perguntou-me se eu tinha conhecimento do significado da expressão de língua inglesa bareback. Expliquei-lhe que a palavra é bastante conhecida dentre determinados grupos sociais e que significava sexo sem camisinha. Nada além disso.

Na verdade a expressão idiomática em tela provém do meio-oeste norteamericano onde os rodeios são parte importante da cultura daquela região. E mesmo aqui, nas terras de Santa Maria, bareback quer dizer “montar a pelo”. Claro que a tradução literal é “costa nua”, no caso, as costas (dorso) de um cavalo de rodeio.

A galera do meio gay – já que homossexual é um termo em desuso, talvez por ter uma conotação clínica e excludente – utiliza muito tal locução.

Todos os dias o mercado “porno-fono-áudio-gráfico” produz toneladas de material, fazendo girar algo em torno de um bilhão de dólares/ano mundo afora. Só perde para o narcotráfico e o mercado clandestino de armas. 
 
É com muita facilidade que se encontra na grande rede filmezinhos caseiros onde os protagonistas são casais de namorados ou mesmo cônjuges oficializados que vendem alguns minutos de sua vida íntima, com riqueza de detalhes, por algumas centenas de dólares que podem pagar o aluguel, ou incrementar o fornecimento de calor para os gélidos pardieiros eslavos em que muitos passaram a viver após o desfazimento da União Soviética.

O ponto atraente para o público e sempre posto em destaque pelos anunciantes do produto é o bareback. E, principalmente, se ocorre entre amateurs. Não fosse isto verdade, este procedimento não teria ultrapassado as telas dos monitores e se transformado em comunidades muito reais (nada virtuais) de pessoas que passaram a fazer da prática bareback um verdadeiro “estilo de vida sexual”; uma assumidíssima “roleta russa” onde é tabu falar-se em doenças sexualmente transmissíveis como algo danoso. Sobremaneira a AIDS. Contaminar-se é quase um prêmio, um ato supremo de entrega ao prazer desmedido, afrontando um “sistema autoritário” que determina o uso de preservativos no ato sexual.

Não posso me furtar de perscrutar estas comunidades no Orkut. Não que esteja a me justificar, pois tal seria desnecessário. Mas, necessário se faz ter conhecimento do que nelas é discutido. É tudo muito assustador. E delas já têm conhecimento os grupos de orientação em Saúde Pública que se esforçam para conscientizar as pessoas sobre os riscos de manter relações sexuais sem preservativos.

Na Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz – RJ) há um grupo de pessoas abnegadas e de mente aberta, coordenadas pelo brilhante infectologista Prof. Dr. Jorge Eurico Ribeiro, que adentram tais comunidades, mantendo uma sã distância física de seus integrantes. Após ganharem-lhes a confiança (o que muita vez significa participar de festas onde todos circulam absolutamente nus) tentam uma abordagem educativa com o fito de conscientizar estas pessoas dos riscos de uma “festa bareback” (barebacking party). Desconheço se este procedimento, em termos educativos, preventivos e epidemiológicos, tem logrado o sucesso esperado, uma vez que ainda é recente o desenvolvimento desse importantíssimo trabalho (ver Jornal do Brasil de 06/01/2009, pg.A-15, JB Cidade)

Pelo que vejo na grande rede, parece que ainda há muito a fazer em termos de informar aos mais informados. Sim, porque os tomadores desta “atitude bareback” não são ignorantes no assunto DST/AIDS. É quase impossível alguém de classe social mediana (grupo predominante dentre os barebackers) ser desinformado quanto à importância do uso de preservativos. Quando não possuem seus próprios computadores portáteis ou de mesa, vão para as casas comerciais que alugam os computadores por algumas ou até muitas horas. Isto sem falarmos dos computadores das universidades, ambientes de trabalho etc.

O que mais me chamou a atenção como virologista foi descobrir o significado do vocábulo “vitaminado” dentre estas pessoas. Numa dessas comunidades bareback um suposto jovem faz um longo depoimento de suas peripécias sexuais dentro de um cinema na cidade de São Paulo. Após relatar ter sido penetrado mais de seis vezes numa única noite no cinema, incrementa os ânimos do barebackers ao relatar que, a certa altura, um elemento ativo prestes a alcançar o orgasmo, pergunta ao jovem se ele gostaria de receber “leite vitaminado”. O rapaz assentiu, já que naquele momento de enlevo prazeroso pensou em vitaminas verdadeiras, quer dizer, sua mente o remeteu a um parceiro saudável, vigoroso, vitaminado etc. Só alguns dias depois descobriu que “leite vitaminado” é esperma de elemento soropositivo para HIV. Portanto, o sujeito era um portador do vírus da AIDS que o “presenteou” com a peste.

Entre os barebackers este elemento é conhecido como gift donner (doador de presente). Nas tais festas bareback, a descoberta por um dos membros do grupo de sua soroconversão, isto é, de ter passado de HIV- negativo para HIV- positivo, é motivo de especial comemoração, tal como um rito de passagem ou uma festa de debutantes.

Não pretendo adentrar aqui na questão biopsicossocial da orientação sexual. Primeiro: não sou especialista em sexualidade; segundo: não vem ao caso. Do que falo aqui é de um comportamento social ruinoso, de uma atitude diante da vida (e da morte), que um grupo, numericamente nada insignificante, vem adotando em tempos de PANDEMIA DE AIDS.

Para alguns é roleta russa mesmo, daí a emoção. Para outros, uma espécie de vingança ou afronta ao establishment. Outros ainda pensam que tomando os antirretrovirais poderão viver eternamente como se cura já houvesse. Daí a demanda cada vez maior de filmezinhos com destaque bareback.

E não pensemos que tal comportamento é apanágio dos gays, pois tais comunidades incluem homens e mulheres hetero e bissexuais.

E que me perdoem o Papa, os pastores, “bispos” e deputados protestantes, católicos neo e veteropentecostais, os puritanos ofendidos e toda a sorte de pseudomoralistas e hipócritas de plantão quando reafirmo com todos os “efes” e “erres”:

CAMISINHA SEMPRE!!
 
Nota: Ou seja, parece que o absurdo só aumenta mais ainda no mundo, né?! Em quase todas as capitais brasileiras já existem casas de swing, ou sexo em grupo. Esse tal de barebacking é só o auge da loucura do ser humano. Falta-me até palavras para falar sobre o assunto... é triste, porém, acima de tudo! Agora vem aquela perguntinha básica... como um grupo desses (GLS) quer exigir respeito da sociedade, se eles mesmos não se respeitam a si mesmos e não respeitam a sociedade, porque eles estão piorando a situação de saúde pública do país! 
 
Sem falar que tem muito homem por aí, com namorada ou esposa, que não assume que é gay, mas por trás fica tendo casos homossexuais e trazendo contaminação para dentro de casa, para a coitada da esposa ou namorada! Ou seja, o cúmulo do egoísmo, mas é de esperar isso de alguém que não dá importância nem para o próprio corpo, por que dará importância para o corpo do parceiro?
 
E é perfeitamente sabido que quando duas pessoas soropositivo se relacionam sem preservativo, há uma troca de vírus, produzindo, então, um super vírus, altamente destrutivo ao ser humano!!! Ai, gente, eu estou passada com isso!!! Eu não tinha conhecimento disso, fiquei sabendo através do site do meu amigo Ricardo e fui pesquisar sobre o assunto e fiquei passada!!!
 
O que vocês acham disso??? Um artigo no site The Body indica 22 razões porque o barebacking passou a ser cada vez mais aceitável dentro da comunidade gay.[1]  
 
"Homo, bi ou hetero, na festa, todos praticaram sexo sem camisinha. A irresponsabilidade tem preço. E alto. Dos cofres públicos do governo federal saem cerca de R$ 1 bilhão por ano para tratamento exclusivo de soropositivos. Um paciente consome de R$ 5.300 a R$ 26.700 por ano. Cerca de 20 mil pessoas infectadas iniciam tratamento com anti-retrovirais no país, anualmente.
 

O mito da cura

Os adeptos do bare alegam que, em função dos avanços atuais relacionados ao tratamento anti-HIV e à facilidade de acesso a ele, caso sejam contaminados não perderão em qualidade de vida. Ainda defendem como ponto positivo para não abrir mão da prática o fato de a ansiedade e a angústia frente ao possível contágio pelo HIV desaparecerem, assim que se descobrem soropositivos. Isso é sinônimo de libertação, pois que o uso do preservativo passa a ser descartado.
 

O feitiço contra o feiticeiro

Anti-retrovirais não são os únicos responsáveis pela qualidade de vida de um HIV. Quando expostos, de forma freqüente, a relações de alto risco, os soropositivos podem sofrer o que se chama de “recontágio”, uma nova contaminação, acarretando aumento da carga viral e desencadeamento de queda de imunidade e sintomas. Além disso, têm grande chance de contrair outras DSTs, tais com sífilis. Isso, certamente, dificultará o tratamento."
 
Fontes utilizadas:
 
 
"Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" Rm 1:24-27
 

3 comentários:

  1. Perfeito Sâmia! Maravilhoso! Que o Rei te use sempre com essa perspicácia, audácia e graça. Paz.

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  2. Totalmente repugnante!

    Quando a gente pensa que já viu de tudo, aparece mais "outra novidade"... Triste demais! E pensar que gente assim está bem distribuída, pode até estar entre nós! Deus nos livre!

    Pessoas doentes de mente e alma! Mas sabia que isso também ocorre entre casais heterossexuais!

    E há muitos casais gays monogâmicos e fiéis. Não tou fazendo apologia à homossexualidade, mas essas atitudes promíscuas, são de pessoas com desvio de caráter muito grave, independe de orientação sexual. O teu post de hoje foi muito importante! Isso é algo grave, problema de saúde pública e é sempre bom divulgar!

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  3. Ai, gente, o negócio é sério mesmo! Deus tenha misericórdia... quem achar que é importante pode ajudar a divulgar em seus respectivos blogs! Que Deus nos abençoe e nos proteja!!! Amém!

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